A Importância das Fantasias na Relação Amorosa

As fantasias sexuais alimentam a vida sexual, no entanto, devido a tabus culturais tão enraizados, muitas vezes a simples ideia de as verbalizar e/ou partilhar com os/as parceiros/as, cria ansiedade e vergonha. Esquecemo-nos que as fantasias, quando bem exploradas, podem dar azo a uma maior consciência de nós mesmos, constituindo importantes fontes de informação sobre o mundo interior de cada um/a e as dinâmicas da relação do casal. 

A imaginação erótica e a compreensão das fantasias eróticas, podem ajudar a compreender o que se procura a nível sexual e emocional, pelo que, dar-lhes voz, pode libertar-nos de muitos obstáculos que impedem o prazer.

As fantasias são uma componente natural de relações saudáveis, sendo uma das mais poderosas ferramentas para manter vivo o Desejo. Elas estabelecem a ponte entre o possível e o permissível, tendo um grande poder de cura e de renovação. Como Esther Perel refere “através da fantasia, reparamos, compensamos e transformamos”;  podemos ser quem quisermos e ir a qualquer lugar, sem medos e inibições, e ir além da imagem (pública) e limites que impomos a nós mesmos, e que tantas vezes entram em conflito com a nossa imaginação erótica.

Quando nos libertamos da vergonha das nossas fantasias, ficamos mais descontraídos e passamos a aceitar-nos melhor. Afinal, e ao contrário das outras fantasias, as fantasias sexuais “não refletem a realidade da mesma forma…"O que é próprio delas é o “faz de conta”, é uma simulação, a interpretação, não é a realidade, nem necessariamente um desejo de que a fantasia se torne realidade”! E talvez seja esse o grande receio e um dos grandes motivos porque a imaginação erótica e a capacidade de fantasiar são refreadas.

A fantasia ajuda-nos a transcender a realidade, tantas vezes morna e “sensaborona”, e pode ser alimentada individualmente e/ou a dois, sem que precise, obrigatoriamente, de ser exposta à “luz do dia”. As fantasias permitem negar e desfazer os limites autoimpostos pela consciência, pela cultura e até pela imagem que temos de nós mesmos. E os sentimentos de Amor e Ternura de uma relação, só têm a ganhar pelo condimento erótico da imaginação.

Questões como: “O que quero sentir e exprimir?”; “Onde é que me contenho?”; “Que sentimentos acompanham o meu Desejo?”, entre outras, podem ser bons pontos de partida para melhor conhecer e dar a conhecer, se for de sua vontade, o seu mundo erótico.

E se há algo que lhe causa vergonha, desconforto ou lhe suscite dúvidas, contacte-nos.

Ana Medeiros

Sexologia Clínica | IPNP Saúde


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Qual a diferença entre a Integração Sensorial e a Estimulação Sensorial?

Projeto Faces da Depressão

E se o meu familiar não conseguir falar? - Comunicação Aumentativa e Alternativa