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A mostrar mensagens de janeiro, 2021

Problema(s) em Família!

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Quando uma família recorre à Terapia Familiar há, habitualmente, a seleção de um problema como sendo, naquele momento, o mais relevante e destabilizador.    Usualmente, existe um sintoma “visível” para todos e, sobre o qual, cada membro da família tende a apresentar uma leitura individual e, não raras vezes, culpabilizadora. O sintoma reflete o mal-estar familiar, sendo o elemento da família portador do mesmo, o mensageiro do grupo, aquele que, muitas vezes, é simultaneamente visto, pelos restantes membros, como o culpado e a vítima.    E porquê optar por resolver um problema “individual” em família?  A Terapia Familiar encara os problemas como tendo um carácter simbólico e sistémico. Deste modo, nesta modalidade terapêutica todo o sistema familiar é envolvido na mudança que se impõe!  A família é assim incentivada pelo terapeuta a encontrar uma nova organização, que fomenta o crescimento e autonomia de cada um dos elementos, sem se perder, no entanto, a sua identidade coletiva que lhe

Demências: desconstruindo mitos

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Com frequência ouvimos falar de demência. Mas de que se trata afinal? As demências são um conjunto heterogéneo de doenças resultantes do mau funcionamento e da progressiva morte de células cerebrais (neurónios). O que distingue os vários tipos de demências é a sua etiologia (causa), sendo que os sinais, sintomas e alterações comportamentais dependem da localização das lesões orgânicas.   Tratando-se de uma doença cerebral adquirida (pois não está presente desde o nascimento), provoca o comprometimento da autonomia e funcionalidade, afetando, num primeiro momento as tarefas executivas (planeamento, resolução de problemas), passando pelas tarefas instrumentais (cozinhar, fazer compras), tonando o doente progressivamente dependente de terceiros até para a realização das atividades básicas da vida diária, como alimentar-se, higienizar-se e/ou movimentar-se.   A prevalência (possibilidade de ter) aumenta com a idade, sendo cerca de 90% dos casos diagnosticados acime dos 65 anos. Não obstant

A importância da Integração Sensorial

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Neste vídeo a Dra. Shay McAtee explica a influência da Integração Sensorial na aprendizagem, emoção, comportamento e desempenho das atividades diárias da criança nos diferentes contextos (alimentação, vestir/despir, higiene pessoal, descanso e sono, brincar, participação social, atividades de lazer e atividades educativas). "By integrating, or combining all the information we get from our senses, we can 'make sense' of the world around us and successfully move through and interact in our world." ☺ É fundamental que todos os que contactam diariamente com crianças e adolescentes tenham conhecimento da sua importância.    Em situações de pobre integração sensorial é essencial falar com o/a pediatra da criança/adolescente sobre as dificuldades, para que este/a possa recomendar um/a terapeuta ocupacional ou contatar diretamente um/a, para uma avaliação especializada.    Quanto mais cedo se intervir, maiores as possibilidades para a criança progredir!   Olívia Campos Terape

Os erros não acontecem por acaso

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Muitas das crianças que apresentam dificuldades na leitura e escrita são apelidadas de distraídas e preguiçosas. Na verdade possuem fragilidades específicas, geralmente associadas às competências linguísticas e ortográficas, que as levam a manifestar alguma recusa e/ou fuga a determinadas tarefas escolares.    É fundamental compreender a origem dos erros presentes para poder atuar adequadamente, de forma a minimizar o impacto sentido a nível escolar e pessoal. Sabemos que a fonologia é uma das componentes da linguagem envolvida no processo de aprendizagem da leitura e escrita. Ela é responsável pelo estudo dos sons das línguas e é muito importante/recrutada na associação dos sons às letras. Fale connosco!   Olímpia Moreira Terapeuta da Fala | IPNP Saúde

O trabalho dos psicólogos escolares junto dos professores e educadores

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Os desafios que a pandemia impõe no que concerne ao  contexto escolar , vão muito para além do trabalho dirigido somente para os alunos. Importa referir que o trabalho junto dos professores assume dimensões de supra importância:  professores e educadores tranquilos e felizes serão mais capazes e farão os seus alunos crianças e jovens mais felizes! O papel desafiante do psicólogo para com os professores e educadores tem uma amplitude de intervenção que deve visar os seguintes aspetos: -  aconselhamento, apoio psicológico e suporte emocional, promovendo estratégias e competências para os próprios professores e outros profissionais lidarem com sentimentos de ansiedade, medo, culpa, exaustão, sentimentos de incapacidade e/ou com experiências de stresse e burnout; -  apoio aos professores em respostas de apoio tutorial aos alunos, na dimensão da aprendizagem, bem como nas dimensões relacionadas com a sua vida e com as vivências associadas à pandemia; -  promover a adopção de est

Marcas Eróticas

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A nossa dependência física e emocional relativamente aos nossos pais é de tal forma completa, bem como a necessidade de nos sentirmos amados é de tal modo profunda, que fazemos de tudo para não os perder. No entanto, à medida que vamos crescendo, tanto queremos que nos “peguem ao colo”, como queremos que nos deixem em paz. E é nesta “dança da vida” com os nossos pais, que vamos formando o nosso sistema de crenças, medos e expetativas, nem sempre conscientes, de como as relações funcionam.  Para muitos, a autodescoberta sexual é marcada por mensagens dos próprios pais que induzem ao medo, à culpa e à desconfiança, e aquilo que nos deveria proteger enquanto crianças, revela-se, muitas vezes, uma fonte de grande ansiedade na vida sexual adulta. Muitas vezes, as tensões internas que minam a nossa sexualidade, resultam de conflitos da infância. E mesmo que as nossas inclinações e preferências eróticas se vão refinando ao longo da vida, muitas vezes têm origem nas nossas experiências de infâ

O que é a Neuropsicologia Infantil?

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  O que é a Neuropsicologia Infantil? A Neuropsicologia Infantil foca o seu estudo na compreensão sobre o modo como o cérebro e o comportamento da criança se relacionam entre si e de que forma se influenciam. O que pode fazer o/a Neuropsicólogo/a Infantil? Nem sempre é fácil compreender, na prática, quais as funções que o/a Neuropsicólogo/a Infantil poderá executar. Neste sentido, apresentamos algumas das atividades clínicas: 💧 Compreender os comportamentos típicos da fase de desenvolvimento da criança e distinguir daqueles que são comportamentos atípicos ou disfuncionais; 💧 Explorar e procurar entender se existem défices cognitivos ou perturbações que poderão comprometer o processo de aprendizagem e o desenvolvimento infantil nos diferentes contextos (social, familiar, escolar); 💧 Compreender se existe alteração/lesão cerebral e de que forma poderemos intervir o mais precoce possível, para evitar maiores dificuldades futuras; 💧 Avaliar as diferentes funções cerebrais (atençã

Trauma na infância. A importância da intervenção precoce

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O trauma psíquico ocorre quando determinada situação (ou situações) é sentida como intensamente ameaçadora e a pessoa considera que não dispõe de recursos internos para conseguir lidar e gerir todo o impacto causado pela mesma.  Existem situações que deixam marcas e que podem ser potencialmente traumáticas: abuso físico, sexual, psicológico, negligência, violência doméstica, situações de divórcio, a perda de um familiar, a perda de um amigo, a perda de um animal de estimação… Até uma pandemia, que com todas as suas restrições, confinamentos e perdas, pode ter um impacto negativo e constituir um trauma.   No caso específico das crianças, é frequente aparecerem manifestações somáticas (dores de barriga, febres, dores de cabeça, …), agitação motora (inquietude), alterações do apetite e do sono, agressividade, irritabilidade, diminuição da capacidade de concentração, pesadelos, terrores noturnos, entre outros (APA, 2002). Atendendo às muitas configurações, os sintomas que uma criança pode

O/a meu/minha filho/a frequenta o 9.º ano. Como o/a posso ajudar?

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Chegado o 9.º ano é o momento de fazer uma escolha!  Se o/a seu/sua filho/a mostra indecisão quanto à escolha vocacional que terá de realizar é importante que, como mãe ou pai, reflita sobre o seu papel neste processo!    A família é o contexto primordial e mais significativo onde ocorre o desenvolvimento vocacional. Este processa-se ao longo da história de vida do indivíduo, e desenrola-se através das relações que o/a jovem estabelece com os outros que o rodeiam e com a realidade com a qual vai contactando, numa permanente desconstrução e reconstrução de novos projetos e investimentos.    Os pais trazem, de forma explícita ou implícita, intencionalmente ou não, inúmeras mensagens verbais e atitudinais sobre o significado atribuído ao trabalho, os mitos e estereótipos associados às profissões, as aspirações e projetos não realizados, as crenças e representações sobre a formação, a mobilidade, a carreira, entre outras.    Deste modo, os pais devem estar conscientes do seu papel no desen

A dor do luto

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  O luto refere-se a um conjunto de reações a uma perda significativa, geralmente pela morte de alguém ou de alguma coisa. Já nos dizia Bowlby, o “pai” da vinculação, que quanto maior for a vinculação com o “objeto” perdido (que pode ser uma pessoa, animal, fase da vida, estatuto socioeconómico,...), maior será o sofrimento durante o luto.   Bowlby descreveu quatro estádios ou fases que a pessoa, supostamente, tem de passar para que a perda da vinculação seja reconhecida e a recuperação ocorra. A primeira fase é o  choque  onde não há reconhecimento da perda. De seguida entra a fase de  protesto   em que se procura e anseia pela pessoa perdida. A terceira fase é o  desespero   através da consciência que a perda é permanente e, por último, na quarta ocorre  a aceitação que ocorre quando o indivíduo se adapta à perda e começa a retomar o seu funcionamento normal.  A adaptação ao luto é o resultado de uma interação entre duas forças de vinculação opostas: a necessidade de manter a proxim

"É um disparate as pessoas convencerem-se de que a inteligência vem do Cérebro"

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     ©  Orlando Almeida / Global Imagens DN, 5 de dezembro de 2020 Há muito que  António Damásio  defende o término da dicotomia razão/emoção abordando-o no seu livro editado em 1994 “O Erro de Descartes”. O  pensamento científico , e até filosófico, que vem apresentando nas suas obras e fruto do seu trabalho científico na área das Neurociências tem vindo a defender o  lugar da emoção  em tarefas até então descritas como puramente cognitivas, como sendo a resolução de problemas e os processos de tomada de decisão  acabando com o mito de que a emoção enviesa ou “prejudica” o raciocínio , patente em expressões comummente usadas como “penso melhor de cabeça fria”. Inerente a esta reflexão que por si só foi começando a quebrar preconceções acerca da forma como de facto os seres humanos funcionam, vem acrescentar uma outra que tem vindo a desenvolver ao longo dos anos e igualmente relevante, que consiste no  término da dicotomia mente/corpo . O seu raciocínio é simples: se o cérebro tanto é

A cada idade, sua tarefa!

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É importante fomentar a independência da criança desde tenra idade. A família revela um papel essencial de forma a dar suporte, incentivo e sobretudo, proporcionar oportunidades para que a criança participe em algumas tarefas domésticas adequadas à sua idade. Deste modo, será capaz de desenvolver diversas competências essenciais para a sua vida futura.  Sugiro algumas tarefas domésticas que as crianças podem realizar em casa de acordo com a sua idade:    2 aos 3 anos -    Guardar brinquedos e livros  -    Guardar os sapatos  -    Colocar a roupa suja no cesto  -    Colocar os guardanapos na mesa  -    Retirar o prato da mesa  -    Limpar pequenas superfícies  -    Colocar o lixo no cesto do lixo    4 aos 5 anos -    Fazer a cama  -    Separar a roupa suja por cores  -    Colocar a roupa suja na máquina  -    Guardar roupas no armário  -    Guardar parte da loiça  -    Ajudar a pôr a mesa  -    Limpar o pó  -    Regar plantas  -    Colocar a ração no recipiente do ani

6 sugestões para aumentar o vocabulário

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Desde cedo, devemos ser incentivados a dar nome às coisas e a refletir sobre esse processo.    Quanto mais palavras possuirmos para descrever algo, mais oportunidade teremos de aproximar o que dizemos ao que realmente queremos transmitir.  Assim, criemos redes de vocabulário para sermos mais eficazes na comunicação! 1. Procura palavras desconhecidas nas leituras que fazes e pesquisa sobre o seu significado. Depois tenta formar uma ou duas frases com esse novo conceito. 2. Pensa numa palavra e desafia-te a transmitir a mesma ideia usando um novo conceito (podes recorrer aos sinónimos) 3. A partir de uma palavra e/ou tema, forma uma rede de conceitos que estejam associados (exemplo: trabalho – realização – plano – empresa – metodologia – organização, etc.)    4. Explora novas palavras recorrendo à sua derivação (exemplo: leal, desleal, lealdade, etc.) 5. Conversa muito com diferentes pessoas. Todos ensinamos e aprendemos! 6. Sê criativo/a! Procurar novas formas de transmitir uma mensagem

Vamos falar de … EMOÇÕES na infância!

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  Por vezes, algumas mães e alguns pais perguntam-me:   §   Faz sentido explicar o que são emoções às crianças, mesmo às mais pequenas? §   Como devo ajudar o/a meu/minha filho/a a lidar com as suas emoções? §   Como lhe desenvolver competências emocionais? Antes de mais, importa salientar que se se preocupa com estas questões e pretende obter uma resposta para as mesmas, está a contribuir significativamente para o bem-estar emocional e psicológico do/a seu/sua filho/a.   §   Faz sentido explicar o que são emoções às crianças, mesmo às mais pequenas? Claro que sim! Se as sentem, temos de as ajudar a dar sentido! O desenvolvimento emocional é um processo ordenado que ocorre desde o nascimento, através de sinais de contentamento, interesse e aflição. Estas respostas difusas, a maior parte fisiológicas, à estimulação sensorial ou a processos internos, dão lugar, nos próximos seis meses a verdadeiras emoções: alegria, surpresa, tristeza, repugnância, e depois raiva e medo. Mas

O seu casamento está em risco?

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As investigações científicas de longo curso na área dos relacionamentos amorosos deram contributos preciosos aos terapeutas de casal, uma vez que desvendaram alguns mistérios dos casamentos (in)felizes, desconstruindo mitos antigos e dando indicações valiosas sobre o que contribui para o término de um casamento ou, pelo contrário, para a manutenção de uma relação feliz e duradoura. A qualidade da interação entre os cônjuges dá inúmeras pistas sobre o estado da relação, podendo inclusivamente indiciar a possibilidade do seu culminar. Um dos sinais que deve ser considerado é o facto das interações estarem inundadas de negatividade e a abordagem que os cônjuges utilizam quando se dirigem um ao outro ser violenta. Gottman & Silver, após anos de investigação, concluíram igualmente que a crítica constante, o desprezo, uma postura defensiva ou evasiva, entre outros, são ingredientes tóxicos para os relacionamentos, principalmente se presentes de forma concomitante e persistente. O q