E se o meu familiar não conseguir falar? - Comunicação Aumentativa e Alternativa

A fala é considerada a forma de comunicação preferencial das pessoas com audição normal. Contudo, um número significativo da população - desde crianças, a jovens e adultos - não é capaz de comunicar por via oral. Na origem desta incapacidade podem estar deficiências motoras, mentais, atrasos do desenvolvimento da linguagem, perturbações do neurodesenvolvimento como o autismo e outras perturbações da linguagem (de desenvolvimento ou adquiridas ao longo da vida).

Em função das caraterísticas pessoais, do contexto e do perfil comunicativo de cada indivíduo será importante escolher um sistema de comunicação e adaptá-lo para que vá ao encontro das necessidades da pessoa.

Nalguns casos o sistema de comunicação pode ser usado apenas de forma temporária para potenciar a fala, aumentar o vocabulário compreensivo e expressivo, auxiliar na organização dos elementos sintáticos da frase e/ou para tornar o discurso mais inteligível para o interlocutor. Nestas situações é frequente recorrer-se a signos gestuais e a signos gráficos (por exemplo, símbolos SPC) como complemento/apoio à fala, sendo por isso, considerada uma comunicação aumentativa. Nos casos mais graves, em que a pessoa não consegue falar, é necessário usar um sistema de comunicação substituto da fala nas interações frente a frente, como por exemplo, os gestos da língua gestual portuguesa ou as capas de comunicação com signos gráficos ou imagens. Nestas situações estamos perante uma comunicação alternativa.

Ao longo dos tempos têm-se desenvolvido diferentes tecnologias de apoio para a comunicação, isto é, equipamentos, dispositivos e softwares passíveis de instalação nos computadores pessoais que visam facilitar a expressão do utilizador e aumentar as oportunidades de comunicação.  

De notar que a seleção do sistema de comunicação e as adaptações a realizar no mesmo devem ser decididas em equipa pelos profissionais que acompanham a pessoa. Só deste modo será possível atender às características, gostos e necessidades individuais e assim promover o bem-estar e a qualidade de vida da pessoa e dos que a rodeiam.


Marisa Silva
Terapeuta da Fala| IPNP Saúde


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