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A mostrar mensagens de maio, 2022

Quem pode ser afetado pela ansiedade?

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A ansiedade pode ser considerada uma emoção de alarme que se encontra associada a sensações de angústia, tensão e insegurança que, quando são frequentes e/ou intensas e incontroláveis, causam mal-estar clinicamente significativo. A pessoa que sofre de ansiedade sente-se angustiada, ameaçada, bloqueada sem, muitas vezes, conseguir identificar o motivo que está a causar esse mal-estar. A ansiedade pode provocar vários sintomas físicos como arritmia/taquicardia (alteração no ritmo cardíaco ou do coração), vertigens ou tonturas, boca seca, dificuldade respiratória (falta de ar), entre outros. Para além destes, a ansiedade pode provocar várias alterações psíquicas , como reações cognitivas (preocupação excessiva, dificuldades de concentração...), comportamentais (tremores, paralisação...) e sociais (dificuldades em falar em público, evitamento de eventos sociais...) que afetam a qualidade de vida dos indivíduos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a ansiedade corresponde a ...

Será que já é possível ler pensamentos?

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  Qual a veracidade do desenvolvimento de um implante que permita ler pensamentos? E o que é o “locked-in syndrome”? As  s í ndro mes “locked-in”  podem ter várias etiologias/causas, como um AVC do tronco cerebral ou um quadro (avançado) de esclerose lateral amiotrófica (ELA), que, de forma geral, se caracterizam por  um cérebro plenamente funcional “fechado” num corpo paralisado . É por isso de prever que uma das principais dificuldades inerentes a esta condição seja a  frustração pela incapacidade de comunicar , desde as necessidades mais básicas aos estados emocionais e do pensamento.   Esta situação clínica ganhou maior reconhecimento com Jean Dominique Bauby, jornalista e editor da revista “Elle” francesa, que com 43 anos sofreu um AVC e perdeu a capacidade de comunicar verbalmente e de mover voluntariamente qualquer músculo do seu corpo, inclusive para respirar. Houve no entanto uma exceção, conseguia piscar um dos olhos e, fazendo recurso a esse movi...

Tratamento Antidepressivo: Quando parar e quando continuar

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A duração do tratamento antidepressivo é uma das principais preocupações de pacientes com depressão, familiares e cuidadores e é uma área acerca da qual, apesar de existir consenso científico estabelecido e normas orientadoras consensuais, persistem dúvidas.  A evidência científica existente recomenda o tratamento farmacológico para depressões de gravidade moderada e grave (que apresentem sintomatologia concordante ou que tenham impacto funcional evidente), idealmente em combinação com abordagens não farmacológicas , como a Psicoterapia. As normas internacionais de atuação recomendam que o tratamento farmacológico para um primeiro episódio depressivo deva ser mantido durante 6 meses a um ano após a resolução dos sintomas, como forma de prevenir a recorrência de sintomas ou recaída do episódio depressivo. Para pacientes que apresentem um número mais elevado de episódios de depressão, de três ou mais, o tratamento deve manter-se durante vários anos , e a sua descontinuaçã...

"Quem tem uma mãe tem tudo"!

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Ouvimos dizer muitas vezes a expressão popular “ Quem tem uma mãe tem tudo ”. Acrescentaríamos, dado o papel central que os pais têm na vida dos filhos, que esta máxima também se aplica ao pai.  No entanto, paralelamente ao ter, é de extrema importância a qualidade da relação e da saúde mental dos pais , uma vez que claramente estas se constituem como  fatores protetores ou de risco da saúde mental e física das crianças .                                                                      À medida que a criança vai crescendo deverá tornar-se cada vez menos dependente, mais autónoma, seja a nível físico ou emocional, o que só conseguirá com a ajuda dos adultos que a rodeiam. Sendo  os pais/cuidadores  detentores de saúde mental, de uma boa autoestima, contribuirão para ...

Assexualidade: Quando o amor e o sexo não andam de mãos dadas

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Atualmente fala-se com maior naturalidade sobre a homossexualidade, a bissexualidade ou a pansexualidade, descobrindo-se novas orientações sexuais que estão longe da heterossexualidade normativa imposta, há séculos, em tantas sociedades. Tal facto incentiva a que cada um defina a sua orientação sexual de forma muito particular e individual .  Sendo a orientação sexual algo que engloba a atração erótica, sexual, emocional e/ou romântica, quando se fala em assexualidade , entra-se num universo onde as pessoas não sentem atração sexual por ninguém , o que não significa, contudo, que não se possam apaixonar. Apenas não se sentem motivados pelo sexo, não pretendendo manter relações sexuais de nenhum tipo, com ninguém. À semelhança de outras orientações sexuais mais conhecidas, a assexualidade não é uma consequência , mas sim uma escolha , refletindo uma falta de interesse em sexo , e não medo ou aversão por ele.   As pessoas assexuais podem apaixonar-se, viver o amor romântico...

Refeições em Família?!

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Na adolescência,  a relação entre pais e filhos é um enorme e fascinante desafio! Uma relação de um equilíbrio sensível , pautada por avanços e recuos e que facilmente se povoa de silêncios e desentendimentos. Os adolescentes procuram conquistar a sua autonomia, diferenciando-se dos pais, e estes tentam conter comportamentos que percecionam como demasiado desafiadores ou potencialmente perigosos. Nesta fase do ciclo de desenvolvimento da família, as refeições podem transformar-se em momentos de grande tensão e conflito ou, pelo contrário, momentos de aproximação e crescimento . Os pais devem por isso procurar conciliar horários e proporcionar refeições em conjunto, de modo a que cada um possa ser ouvido, e nos quais os adolescentes possam ir paulatinamente afirmando as suas posições, num debate que se pretende construtivo e enriquecedor. Numa vida que sabemos apressada, estas são oportunidades para que a família possa simplesmente estar, para que todos possam ser vistos e...

Funções Executivas na Infância

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As funções executivas são um conjunto de funções cognitivas complexas, situadas no córtex pré-frontal (CPF), fundamentais para a capacidade de controlo e autorregulação das nossas emoções e do nosso comportamento . A sua importância prende-se com o facto de estarem associadas a uma multiplicidade de processos cognitivos utilizados diariamente como o planeamento, a tomada de decisão, o controlo inibitório, a manutenção ou mudança do foco atencional e atualização de memória de trabalho , que nos permitem  monitorizar pensamentos, sentimentos e comportamentos orientados para objetivos , com o intuito de planear e controlar com sucesso as nossas ações.  Funções executivas e desenvolvimento infantil Na criança, o desenvolvimento do funcionamento executivo permite: -  melhorar a capacidade de reter a resposta proponente, fazendo com que esta aprenda a reduzir a impulsividade de resposta. O facto de esperar fornece à criança maior tempo para pensar e, desta forma, po...

"Mãe, não quero que tu morras!"

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Com o mundo a viver à sombra de uma pandemia, e com uma Guerra a entrar pelas nossas casas, a cada síntese informativa na televisão, é quase impossível contornar o tema da morte , tão presente nas notícias.  Aos olhos e ouvidos de uma criança, a situação pode ser assustadora, com o medo da morte a provocar angústia . A melhor forma para abordar este tema tão difícil é com honestidade e empatia . A morte, na sua dimensão total, só é entendida por volta dos 7 ou 8 anos . Contudo, as primeiras questões podem chegar mais cedo. É normalmente a partir desta idade que as crianças pensam e, inevitavelmente, sentem pela primeira vez esse grande tema que é a morte e a finitude , por isso, é natural procurarem as respostas junto das suas referências : os pais, a família próxima, na escola e com os amigos. Alguns sinais podem-nos indicar que a criança está angustiada ou assustada. Estes sinais podem ser por exemplo: alterações do apetite e dos ritmos de sono . Podem ter mais dificuldad...

Ansiedade: útil ou um inimigo?

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A ansiedade é uma emoção natural e por isso é conhecida por todas as pessoas. A ansiedade pode ser definida como um estado de medo ou receio, originado por diversos fatores externos, percecionados como desagradáveis ou ameaçadores. Provoca sintomas psíquicos como medo, inquietação, alteração na atenção e concentração e sintomas físicos como tensão muscular, transpiração em excesso, palpitações, desconforto abdominal, náusea, insônia, alterações respiratórias, etc. Quando ativada, a ansiedade estimula o sistema nervoso simpático, que causa, entre uma variabilidade de outros sinais, o aumento da frequência cardíaca e respiratória, assim como aumenta a atenção e a concentração. Quando sentimos que a ameaça desaparece, o sistema nervoso simpático diminui os seus efeitos e o sistema nervoso parassimpático é estimulado, o que desencadeia respostas opostas (diminuição da frequência cardíaca, frequência respiratória, atenção e concentração). Assim, este mecanismo é útil e adaptativo para v...

Pais com filhos com PEA: “O que vai ser do meu filho quando nós já não estivermos cá para o ajudar?”

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A resposta a esta questão nem sempre é fácil de responder, mas é vivida intensamente por pais de adultos com PEA .  Entende-se que enquanto pai ou mãe, um dos desígnios é conduzir os filhos, numa base segura, a explorar o ambiente progressivamente, reforçando-se a sua autonomia e ajudando-os a encontrar um caminho que os leve a uma cidadania madura, independente e sólida. É temível quando os pais se deparam com um significativo grau de dependência dos seus filhos, como é o caso de filhos adultos com PEA, acarretando uma enorme angústia e ansiedade para com o futuro. No entanto, o mais importante é mesmo estar no presente e o caminho é na direção dos valores para a felicidade, na relação de ternura, de apoio e do bem-estar, mesmo que nesse caminho permaneçam dúvidas ou seja sentido com muita dificuldade. Lembrar que a necessidade do ser humano é sentir-se amado, de um amor forte e seguro e que se prenda com a relação quase transcendente entre pais e filhos, onde se desenvo...