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E se o meu familiar não conseguir falar? - Comunicação Aumentativa e Alternativa

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A fala é considerada a forma de comunicação preferencial das pessoas com audição normal.  Contudo, um número  significativo  da população - desde crianças, a jovens e adultos -  não é capaz de comunicar por via oral . Na origem desta incapacidade podem estar deficiências motoras, mentais, atrasos do desenvolvimento da linguagem, perturbações do neurodesenvolvimento como o autismo e outras perturbações da linguagem (de desenvolvimento ou adquiridas ao longo da vida). Em função das caraterísticas pessoais, do contexto e do perfil comunicativo de cada indivíduo será importante escolher um sistema de comunicação e adaptá-lo para que vá ao encontro das necessidades da pessoa. Nalguns casos o sistema de comunicação pode ser usado apenas de forma temporária para potenciar a fala, aumentar o vocabulário compreensivo e expressivo, auxiliar na organização dos elementos sintáticos da frase e/ou para tornar o discurso mais inteligível para o interlocutor. Nestas situações é frequente recorrer-s

Da fase Intra-Hospitalar para o Domicílio: a vivência do Processo de Transição

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  A maioria das altas hospitalares facultadas nos hospitais da rede pública e privada, a nível nacional, são de pessoas com mais de 65 anos , que requerem uma abordagem estruturada. O aumento da esperança média de vida aliado ao envelhecimento demográfico, a cronicidade da doença e a dependência, essencialmente de caráter funcional, constituem-se como verdadeiros desafios, requerendo necessidades adicionais nos cuidados de saúde , factos que exigem um olhar holístico e integrador, e uma abordagem estruturada e articulada. Estes são apenas alguns dos fatores que têm fundamentado os esforços no que respeita ao processo e conceito de hospitalização domiciliária , que vem sendo adotado em quase todas as especialidades, à exceção de Oncologia e Psiquiatria. Mas, como é que um processo de alta hospitalar é vivenciado pela família/cuidador? Um misto de emoções que combina a sensação de alívio e satisfação pelo facto do seu familiar/utente vir para casa, e a ansiedade , receio e perceção

Como fica a relação de casal depois do nascimento do primeiro filho?

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O nascimento do primeiro filho é uma fase muito relevante do ciclo de vida de um casal. E é habitualmente, visto pela sociedade como um momento de grande felicidade e concretização. Contudo, apesar dos sentimentos de grande alegria e comoção pela chegada de um novo elemento à família, são também inúmeros os desafios que se colocam ao casal , podendo as mudanças que irão surgir c onduzir a uma situação de conflito ou crise . Com o nascimento do primeiro filho, nasce igualmente um novo papel na vida deste casal, o papel parental . Ser pai ou mãe transporta em si uma panóplia de expectativas , (in)certezas , (in)seguranças e emoções nunca antes vivenciadas por cada um dos cônjuges. Inerente a esta transição acrescem novas responsabilidades , funções e tarefas que devem ser partilhadas e redistribuídas . O ritmo e dinâmica de vida altera-se e, muitas vezes, os momentos de descanso diminuem com uma alteração clara nos padrões de sono. A díade deixa de beneficiar de uma rel

Vias profissionalizantes e acesso ao ensino superior: uma realidade?

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Os estudantes, que no ensino secundário optem pelas vias profissionalizantes, podem concorrer ao Ensino Superior? Sim, podem. Esta é uma dúvida que ainda subsiste em muitos jovens e famílias nos processos de orientação vocacional.  O s estudantes das vias profissionalizantes raramente prosseguiam os estudos para o ensino superior devido aos requisitos de ingresso, que estavam direcionados para os estudantes oriundos da formação científica-humanística, o que se revelava como um elemento dissuasor e dificultador. A implementação do Decreto-Lei n.º 11/2020, de 2 de abril, veio alterar este paradigma, permitindo o alargamento da base social de acesso ao ensino superior e promovendo a igualdade de oportunidades para todos os estudantes independentemente da via de qualificação secundária. Os estudantes dos cursos das vias profissionalizantes têm à sua disposição um concurso especial de ingresso ao ensino superior , com um número de vagas estipuladas pela própria Instituição de Ensino

Ataque de ansiedade ou Ataque de Pânico?

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Para muitas pessoas, um ataque de ansiedade e um ataque de pânico pode parecer o mesmo. No entanto, existem diferenças entre eles no que toca à intensidade, duração e causa. Os ataques de ansiedade tendem a ser contínuos e diários, podendo durar vários meses. Podem estar associados a uma perturbação de ansiedade. Os ataques de pânico são períodos de ansiedade extrema, acompanhados de sintomas físicos como aumento da frequência cardíaca, transpiração excessiva, dificuldade em respirar, tonturas e náuseas, assim como sintomas psíquicos como desrealização, despersonalização, medo de morrer, mede de perder o controlo, medo de enlouquecer e de não ter ajuda. Os ataques de pânico tendem então a ser mais intensos, surgem de forma súbita e atingem uma intensidade máxima de 10 a 15 minutos. Quando a preocupação das consequências do ataque de pânico ou com a possibilidade de um novo ataque ocorrer, perduram por mais de um mês, podemos estar perante uma Perturbação de Pânico . Esta pert

O sistema propriocetivo e a sua importância no dia a dia

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O termo proprioceção refere-se à consciência do nosso corpo , isto é, a localização, posição e orientação em que se encontram as várias partes do corpo entre si e em relação ao ambiente, quer estejam imóveis ou em movimento. Assim, é possível determinar sem recorrer à visão, como se encontram as nossas pernas e os nossos braços no momento em que estamos a ler esta publicação. Desta forma, o sistema propriocetivo fornece informação inconsciente e consciente acerca dos músculos e articulações, da direção e velocidade dos movimentos, das alterações de posição no espaço e alongamento dos músculos e articulações, assim como, da quantidade de força que os músculos exercem ou devem exercer para realizar as diferentes tarefas diárias (como p.ex: a força que a criança deve fazer para pegar num prato de plástico e num prato de cerâmica). Os recetores deste sistema estão localizados nos músculos, articulações, ligamentos e tendões. São ativados através do movimento e da gravidade. Este s

Quem pode ser afetado pela ansiedade?

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A ansiedade pode ser considerada uma emoção de alarme que se encontra associada a sensações de angústia, tensão e insegurança que, quando são frequentes e/ou intensas e incontroláveis, causam mal-estar clinicamente significativo. A pessoa que sofre de ansiedade sente-se angustiada, ameaçada, bloqueada sem, muitas vezes, conseguir identificar o motivo que está a causar esse mal-estar. A ansiedade pode provocar vários sintomas físicos como arritmia/taquicardia (alteração no ritmo cardíaco ou do coração), vertigens ou tonturas, boca seca, dificuldade respiratória (falta de ar), entre outros. Para além destes, a ansiedade pode provocar várias alterações psíquicas , como reações cognitivas (preocupação excessiva, dificuldades de concentração...), comportamentais (tremores, paralisação...) e sociais (dificuldades em falar em público, evitamento de eventos sociais...) que afetam a qualidade de vida dos indivíduos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a ansiedade corresponde a

Será que já é possível ler pensamentos?

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  Qual a veracidade do desenvolvimento de um implante que permita ler pensamentos? E o que é o “locked-in syndrome”? As  s í ndro mes “locked-in”  podem ter várias etiologias/causas, como um AVC do tronco cerebral ou um quadro (avançado) de esclerose lateral amiotrófica (ELA), que, de forma geral, se caracterizam por  um cérebro plenamente funcional “fechado” num corpo paralisado . É por isso de prever que uma das principais dificuldades inerentes a esta condição seja a  frustração pela incapacidade de comunicar , desde as necessidades mais básicas aos estados emocionais e do pensamento.   Esta situação clínica ganhou maior reconhecimento com Jean Dominique Bauby, jornalista e editor da revista “Elle” francesa, que com 43 anos sofreu um AVC e perdeu a capacidade de comunicar verbalmente e de mover voluntariamente qualquer músculo do seu corpo, inclusive para respirar. Houve no entanto uma exceção, conseguia piscar um dos olhos e, fazendo recurso a esse movimento, conseguiu comunicar ao

Tratamento Antidepressivo: Quando parar e quando continuar

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A duração do tratamento antidepressivo é uma das principais preocupações de pacientes com depressão, familiares e cuidadores e é uma área acerca da qual, apesar de existir consenso científico estabelecido e normas orientadoras consensuais, persistem dúvidas.  A evidência científica existente recomenda o tratamento farmacológico para depressões de gravidade moderada e grave (que apresentem sintomatologia concordante ou que tenham impacto funcional evidente), idealmente em combinação com abordagens não farmacológicas , como a Psicoterapia. As normas internacionais de atuação recomendam que o tratamento farmacológico para um primeiro episódio depressivo deva ser mantido durante 6 meses a um ano após a resolução dos sintomas, como forma de prevenir a recorrência de sintomas ou recaída do episódio depressivo. Para pacientes que apresentem um número mais elevado de episódios de depressão, de três ou mais, o tratamento deve manter-se durante vários anos , e a sua descontinuação de

"Quem tem uma mãe tem tudo"!

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Ouvimos dizer muitas vezes a expressão popular “ Quem tem uma mãe tem tudo ”. Acrescentaríamos, dado o papel central que os pais têm na vida dos filhos, que esta máxima também se aplica ao pai.  No entanto, paralelamente ao ter, é de extrema importância a qualidade da relação e da saúde mental dos pais , uma vez que claramente estas se constituem como  fatores protetores ou de risco da saúde mental e física das crianças .                                                                      À medida que a criança vai crescendo deverá tornar-se cada vez menos dependente, mais autónoma, seja a nível físico ou emocional, o que só conseguirá com a ajuda dos adultos que a rodeiam. Sendo  os pais/cuidadores  detentores de saúde mental, de uma boa autoestima, contribuirão para que os seus filhos se sintam mais confiantes na exploração do mundo, no seu processo de autonomização, na medida em que conseguem amá-los e valorizá-los enquanto eles mesmos e não enquanto um prolongamento narcísic

Assexualidade: Quando o amor e o sexo não andam de mãos dadas

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Atualmente fala-se com maior naturalidade sobre a homossexualidade, a bissexualidade ou a pansexualidade, descobrindo-se novas orientações sexuais que estão longe da heterossexualidade normativa imposta, há séculos, em tantas sociedades. Tal facto incentiva a que cada um defina a sua orientação sexual de forma muito particular e individual .  Sendo a orientação sexual algo que engloba a atração erótica, sexual, emocional e/ou romântica, quando se fala em assexualidade , entra-se num universo onde as pessoas não sentem atração sexual por ninguém , o que não significa, contudo, que não se possam apaixonar. Apenas não se sentem motivados pelo sexo, não pretendendo manter relações sexuais de nenhum tipo, com ninguém. À semelhança de outras orientações sexuais mais conhecidas, a assexualidade não é uma consequência , mas sim uma escolha , refletindo uma falta de interesse em sexo , e não medo ou aversão por ele.   As pessoas assexuais podem apaixonar-se, viver o amor romântico, desfrut