Qual a diferença entre a Integração Sensorial e a Estimulação Sensorial?
A abordagem de Integração tem por base a Teoria de Integração Sensorial- Ayres Sensory Integration®, desenvolvida pela Dra Jean Ayres nos anos 60, suportando-se na neuroplasticidade, isto é a capacidade do sistema nervoso se alterar e reorganizar face a novas experiências.
É utilizada na prática dos terapeutas ocupacionais com formação especializada, na sua atuação com crianças com disfunção de integração sensorial. Esta pode surgir ao longo do desenvolvimento ou na presença de diagnóstico médico. Pressupõe o envolvimento ativo da criança em atividades sensoriomotoras significativas e individualizadas, contextualizadas no brincar, permitindo a construção de experiências sensoriais e o planeamento das suas ações, com intuito de responder de forma adaptativa aos desafios crescentes. Desta forma, promove a melhoria da participação e desempenho das crianças nas suas rotinas e ocupações diárias. Engloba os seguintes princípios considerados essenciais para a intervenção segundo esta abordagem:
💧 Profissionais qualificados- Terapeutas Ocupacionais com formação especializada;
💧 Plano de intervenção centrado na família baseado numa completa avaliação e interpretação dos padrões de disfunção de integração sensorial, colaboração com pessoas significantes na vida do indivíduo, aderência a padrões de ética e prática profissional;
💧 Ambiente seguro que inclua equipamento capaz de providenciar sensações vestibulares, táteis e oportunidades para a praxis;
💧 Atividades ricas em sensações, especialmente aquelas que providenciam sensações vestibulares, táteis e propriocetivas, e oportunidades para integrarem essa informação com outras sensações como as visuais e auditivas;
💧 Atividades que promovam regulação de afeto e nível de alerta e providenciem as bases que visam salientar as oportunidades de aprendizagem;
💧 Atividades que promovam um ótimo controlo postural, controlo motor oral e controlo óculo motor, incluindo segurar-se contra gravidade e manter controlo enquanto se move pelo espaço;
💧 Estratégias de intervenção que promovam o “desafio certo”;
💧 Oportunidade para o cliente produzir respostas adaptativas a diferentes e cada vez mais complexas exigências do ambiente;
💧 Motivação intrínseca e vontade de envolver-se em atividade agradáveis, ou por outras palavras, brincar;
💧 Atmosfera de confiança e respeito originada pelo terapeuta através de interações incertas com o cliente (as atividades são negociadas, não são pré-planeadas, cabendo ao terapeuta alterar a tarefa e interagir num ambiente baseado nas respostas do cliente);
💧 Recompensa intrínseca das atividades e asseguração do sucesso da criança, por parte do terapeuta, em quaisquer atividades tentadas, alterando-as para irem de encontro às necessidades da criança. (7senses, 2018)
A Estimulação sensorial é uma técnica ou estratégia terapêutica que consiste na exploração dos estímulos sensoriais de forma isolada, tendo como objetivo principal promover o relaxamento e o bem-estar. Não implica a participação ativa da criança, assim como a integração das sensações e as alterações a nível neurológico para gerar uma resposta adaptativa. É utilizada por diferentes profissionais na sua prática.
Olívia Campos
Terapia Ocupacional | IPNP Saúde
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