Trabalho e Saúde Mental
A perceção acerca do impacto da intensidade e sobrecarga
laboral sobre a saúde mental tem ganho recentemente maior
preponderância no discurso público e nas discussões acerca da saúde mental. Se
até há relativamente pouco tempo uma perspetiva centrada em “dar 200% no
trabalho” prevalecia, hoje é cada vez mais evidente que existe uma correlação
clara entre excesso de horas de trabalho e prevalência de
sintomatologia ansiosa e depressiva, doença cardiovascular e mortalidade
precoce.
As razões que levam ao excesso de trabalho são complexas e frequentemente alheias à vontade do próprio funcionário. No entanto, uma percentagem de pessoas apresenta características que, enquadradas num sistema que favorece a produção em detrimento da saúde mental, as vulnerabiliza ao excesso de trabalho e às suas consequências.
Indivíduos com funcionamento mental pautado por maior tendência à
compulsão, perfeccionismo e rigidez, com maior dificuldade na
assertividade podem, em virtude destas características, favorecer relações
com o trabalho que os colocam em maior risco de excesso laboral e burnout.
É essencial colocar a saúde mental à frente da produtividade individual, e construir ambientes laborais e profissionais orientados para o bem-estar de todos.
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