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AQUI E ALÉM DA SEPARAÇÃO

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Numa união conjugal há a esperança, talvez até mesmo uma promessa, de que a estrutura permanecerá estável – “amor para a vida toda”. No entanto, o divórcio levanta o véu da ilusão e o que fica é que é “eterno enquanto dura”!    A relação conjugal é um vínculo forte-frágil, que pode mudar ou se dissolver a qualquer momento. Mesmo casais com um relacionamento sólido dispõe de uma “saída de emergência” - que está presente e existe para sempre.   A separação/divórcio, ainda que frequente (58% em 2018 em Portugal), é um dos acontecimentos mais complexos e difíceis que uma pessoa pode experienciar e a dor emocional pode ser difícil de superar. Afeta toda a família, independentemente da idade, e, muitas vezes, com efeitos colaterais significativos e devastadores.    A diminuição da intimidade e proximidade, as lacunas emocionais complexas, o acumular de queixas negativas, os problemas de comunicação levam à deterioração da relação. A tensão e a confusão, o conflito, o stress e, mesmo, a violê

Como é que o cérebro se está a adaptar às máscaras?

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O ser humano é um especialista em rostos praticamente desde o nascimento. Que impacto terá o uso da máscara na forma como comunica e como é que se está a adaptar a esta nova forma de processar a informação? Entre outras questões, a máscara dificulta o reconhecimento da identidade do outro e naturalmente também dos seus estados emocionais, esconde expressões faciais, e distorce o tom de voz e a prosódia (melodia da voz). Que recursos é que o cérebro humano utiliza para diminuir ou compensar o impacto destes fatores na comunicação e na relação? Sem dúvida que uma parte importante é a exacerbação da ativação de outros sistemas sensoriais e cognitivos que temos disponíveis. Vejamos alguns deles. Temos uma área cerebral específica para identificar rostos, uma área que quando lesionada, dá origem a uma incapacidade para identificar o rosto de pessoas conhecidas. Essa disfunção tem um nome: prosopagnosia . Com parte do rosto encoberto, esta área cerebral terá uma dificuldade acre

O Sono

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O Sono durante a Pandemia  O sono é fundamental para a saúde física mas também é um dos principais impulsionadores de bem-estar emocional , ajudando a combater o stress, a depressão e a ansiedade. O distanciamento social, a quarentena, o trabalho dentro e fora de casa trouxeram mudanças profundas às rotinas habituais para todas as pessoas. As preocupações geradas pelo clima de incerteza trazem ansiedade , o que dificulta o sono.  Um cérebro acelerado mantém o corpo acordado.  A ansiedade é uma resposta de sobrevivência : se o cérebro percebe um perigo, ativa os sistemas físicos de alerta e fuga (sistema de inibição e de ativação comportamental), mas quando o perigo é difuso e não se manifesta de imediato, a resposta ansiosa ganha desproporcionalidade e tem-se a instalação da doença, onde a insónia é o sintoma mais frequente. O sono: ▪️   capacita o sistema imunitário : os estudos revelam que um descanso noturno sólido fortalece as defesas do corpo; ▪️   aumenta a função cognitiva
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“Esta insatisfação, não consigo compreender Há sempre esta sensação, que estou a perder Tenho pressa de sair, quero sentir ao chegar Vontade de partir, pra outro lugar Vou continuar a procurar,  o meu mundo,  o meu lugar...” (A.V). Quem nunca, nalgum momento da sua vida, se sentiu tal como a música de António Variações?  A nossa condição humana, os tempos atuais e os contextos onde nos movemos, colocam-nos diariamente desafios para os quais não estamos muitas vezes preparados/as. E isso é bom, porque são oportunidades de desenvolvimento e de aprendizagem.  A mente é um universo em expansão que precisa de estímulo, motivação, entusiasmo e oposição. Há sempre um potencial de crescimento.   Contudo, nem sempre é possível manter o foco e o equilíbrio necessários, devido à intensidade de muitos acontecimentos e sentimentos, situações de vida marcantes, vulnerabilidades genéticas, vivências corrosivas a longo prazo... O sofrimento, o mal-estar e as sobrecargas emocionais passam a ser companh