SABIA QUE A PSICOTERAPIA É ESSENCIAL PARA O TRATAMENTO DA DEPRESSÃO?!

Uma evidência científica mais que confirmada! 

Mudanças efetivas no funcionamento cognitivo, afetivo, interpessoal, com pensamentos mais funcionais e adaptativos, maiores capacidades de regulação emocional e de satisfação com a vida têm sido amplamente documentadas. 

Inclusive, os estudos de neuroimagem identificam alterações neurofuncionais após a psicoterapia. Buchheim e colaboradores (2012), por exemplo, revelaram mudanças a nível do sistema límbico (hipocampo, amígdala, giro cingulado) e do córtex pré-frontal, regiões cerebrais implicadas no circuito de reatividade e regulação emocional e comportamental, em pessoas diagnosticadas com depressão, após 15 meses de psicoterapia psicodinâmica.

(https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0033745#s1)

 

Mas então porque é que a psicoterapia para muitos continua, ainda, a ser o último recurso a considerar ou a nem se colocar como possibilidade? Porque com frequência não é considerada  um tratamento/especialidade, inequivocamente, válido/a?

 

Apesar de alguma evolução ao longo dos tempos, muito caminho ainda se tem a percorrer no âmbito da saúde mental, especificamente em relação à consciencialização e reconhecimento da importância e necessidade da psicoterapia para a sua promoção/tratamento.

 

Muitos são os motivos para tal resistência… um deles prende-se com o medo/receio, muitas vezes inconsciente, de na psicoterapia se poder “tocar”, explorar vivências dolorosas, reavivar sentires e memórias que se deseja que “magicamente” desapareçam... 

Com frequência surge também a ideia que pedir ajuda profissional é um ato de fragilidade, de fraqueza, e não de saúde mental. Quem reconhece a necessidade de um olhar, do conhecimento de um/a especialista, carrega em si a convicção e a esperança que é possível viver de forma mais saudável e com menos sofrimento. 

 

Interessa, antes de mais, reforçar que o/a psicoterapeuta está ali para ajudar, nunca numa posição de julgamento e parcialidade, sempre no tempo e ritmo ajustado à pessoa que o/a procurar… que será seu/sua aliado/a nessa exploração do que é novo e/ou poderá ser difícil aceder, que não estará sozinho/a no que poderá ter que lidar… que o objetivo será sempre promover o seu bem-estar e a saúde mental!

 

Mas então o que é a psicoterapia? Qual o seu impacto na pessoa com depressão, por exemplo?

A psicoterapia é uma especialidade que tem como objetivo principal o tratamento do mal-estar e sofrimento psíquico que, dependendo da gravidade do sintoma, pode ser mais ou menos acentuado, mais ou menos incapacitante e comprometedor da vida da pessoa, seja a nível pessoal, familiar, social e/ou profissional/académico.

 

Numa perspetiva mais psicodinâmica, a exploração e mudança de padrões vivenciais e afetivos é de extrema importância, já que muitas das dificuldades atuais da pessoa assentam em experiências relacionais anteriores, muitas vezes até de fases mais precoces do desenvolvimento, que podem ter sido, por variados motivos (uns mais internos, outros mais externos), desajustadas e/ou perturbadas.

 

Um padrão relacional mais patológico consigo próprio/a e/ou com o mundo, pode ficar «enraizado» desde muito cedo, sendo «repetido/procurado» sucessivamente pela pessoa ao longo da vida, muitas vezes de forma inconsciente. E isto nem sempre significa não haver recursos internos para se lidar com as situações. Pode representar apenas que a pessoa não está a conseguir usá-los da forma mais ajustada e a seu benefício. 

 

A relação psicoterapêutica surge então neste sentido… numa frequência regular e de duração variável, «oferece» à pessoa um modelo relacional diferente e mais ajustado, permite o sentir e a vivência de uma relação que compreende, empatiza, contém, acolhe, vincula, promove o sentimento de valor pessoal, auto-conhecimento e tomada de consciência, traz outras perspetivas e alternativas, clarifica e transforma sentimentos e pensamentos, desconstrói e redefine barreiras e defesas, favorece a diferenciação e a autonomização…

Desta forma, naturalmente, as características relacionais, emocionais e cognitivas da personalidade da pessoa vão se ajustando e alterando no sentido de um maior bem-estar consigo próprio/a e com os que o/a rodeiam.

 

Quanto mais sensível, informado/a, consciente e disponível estiver em relação à necessidade e importância de ajuda psicológica especializada, mais fácil e eficaz será a avaliação, prevenção e intervenção/tratamento do seu mal-estar e sofrimento psíquico.

 

Para mais informações e/ou marcações, contacte-nos! 

 

“Cada pessoa transporta dentro de si um mundo feito de tudo o que viu e amou; e é para este mundo que incessantemente retorna, ainda que possa passar e parecer habitar um mundo que lhe é algo estranho” (Chateaubriand, Voyage en Italie)

 

Célia Baldaia

Especialidade de Psicologia Clínica e Psicoterapia | IPNP Saúde


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