“Mãe/Pai tenho medo?” - Os medos na infância
O Medo é considerada uma emoção básica e essencial para a vida humana, pois assegura a nossa proteção e segurança nas experiências de vida, interações sociais, no contexto onde vivemos e no processo de aprendizagem ao longo de todo o seu desenvolvimento. O medo, é então entendido como, a resposta emocional face a uma ameaça ou perigo iminente percebido ou real.
Como é
que funciona o medo?
Uma das
estruturas cerebrais que permitem a ativação do medo é a amígdala, estrutura integrada
no nosso Sistema Límbico, que atua no processo biológico do medo, como se fosse
uma espécie de “alarme” aquando a perceção da ameaça ou perigo. Quando ativado
esse “alarme” (amígdala), o medo prepara-nos de imediato para a agir de forma
rápida.
Estas
respostas emocionais desencadeiam sensações de maior tensão, e por esse motivo,
é comum surgirem os chamados ativadores fisiológicos como o suor, tremor,
choro, riso, dor de barriga, expressões faciais, palpitações, gritos, entre
outros, difíceis de conter voluntariamente.
É
através das emoções que recebemos informações importantes das experiências e do
meio, daí a importância da aprendizagem das competências emocionais, de modo a responder
adequada e ajustadamente às situações.
Na criança, devido à sua menor experiência, imaturidade e, por consequência, maior vulnerabilidade, é imprescindível o apoio e a colaboração do pais, professores, educadores ou outros familiares e amigos, de forma a que consiga aprender estratégias para lidar e superar os seus medos, de forma a diminuir a frequência dos mesmos.
Como lidar com os medos do/a meu/minha filho/a?
1. É muito importante compreender e respeitar o
medo da criança;
2. Conversar de forma serena e compreensiva o/s seu/s medo/s;
3. Não desvalorizar e/ou ridiculizar o medo que a
atormenta.
4. Compreender que as crianças muito pequenas,
normalmente, trazem elementos e/ou personagens
da fantasia para a realidade, por ainda não conseguir distinguir o
dentro e o fora, o interior e o exterior;
5. Tentar explicar à criança porque é que ela tem
medo e tranquilizá-la;
6. Relativamente aos medos noturnos devem
reconfortar, acalmar e dar segurança à criança;
7. Não devem acentuar/agravar/provocar o medo;
8. Não a devem obrigar a confrontar-se e expor-se
com o medo, por exemplo, tem medo de cães e obrigam-na a fazer carícias a um cão;
9. Recorrer a livros sobre o “medo” para
explicar à criança esta emoção e qual a
sua função;
10. Em momentos serenos e fora do contexto ativador
do medo, tranquilizar a criança e tentar desconstruir o/s seu/s medo/s.
Importa salientar
que o medo apesar de ter um papel crucial, quando persiste no tempo e bloqueia
o desenvolvimento a curto ou longo prazo, pode acarretar danos, incapacidades
ou problemas significativos na vida da criança, como por exemplo, dependência
dos pais ou adultos, incapacidade para resolver os seus problemas sozinha,
problemas nas interações sociais, influência nas atividades da vida diária,
dificuldades em estar atenta e concentrada, dificuldades em fazer atividades
sozinha, entre outras.
Nestas situações é de suma importância procurar um/a especialista, de forma a ultrapassar o bloqueio e retomar o processo de crescimento com segurança e entusiasmo, promovendo maiores indicadores de saúde mental!
Marina Santos
Psicologia Clínica e Psicoterapia
#psicologia #psicologiaclínica #psicoterapia #emoções #desenvolvimentoinfantil #medo #emotion #emotional #regulaçãoemocional #conhecimentoemocional #estratégiasderegulaçãoemocional #infância #criançaeemoções
Comentários
Enviar um comentário