Tu também tens medo?

Todos nós já sentimos medo. À medida que crescemos, que exploramos o mundo e vivemos novas experiências é quase inevitável não sentirmos receio. 

 

Ao longo do crescimento, o medo toma diferentes formas: do escuro, de animais, de estranhos, de fantasmas, da perda da mãe ou do pai, da rejeição... São desafios com os quais todos nos fomos confrontando. O medo é sinónimo de desenvolvimento e da maior consciência que temos daquilo que nos rodeia, da nossa vulnerabilidade, e a sua tendência é para que se resolva e ultrapasse.

Contudo, há fatores, quer sejam de natureza biológica, familiar ou dos contextos, que podem comprometer o desenvolvimento da criança, levando-a a evidenciar dificuldades na capacidade para gerir as situações e tornar o medo mais extremo e persistente, podendo gerar quadros de natureza fóbica. 

Apesar de algumas crianças experimentarem situações assustadoras em alguns momentos, fobias severas e duradouras poderão levar a complicações de desenvolvimento e de ajuste emocional.  

 

Mas o que é uma fobia?

Uma fobia é o medo não justificado e exacerbado em relação a um objeto ou situação, que quando a criança ou um/a adulto/a tem de se confrontar, sente uma angústia intensa e incapacitante. Note-se que as fobias podem desenvolver-se numa fase precoce da vida. 

 

Algumas crianças com fobia podem desenvolver sintomas somáticos (físicos), associados à antecipação da exposição à situação / objeto fóbico, e aparecer sob a forma de queixas de: aperto no peito, dor de estômago, aceleração do ritmo cardíaco, perda de apetite, urgência de ir à casa de banho, náuseas e/ou vómitos. A intensidade dos sintomas dependerá dos níveis de medo que a situação ou objeto provoca. 

 

Muitas vezes a razão pela qual se desenvolve a fobia não é acessível à consciência da criança, sendo que têm muitas dificuldades em explicar e descrever como ficaram com aquele medo. A fobia resolve-se quando a criança consegue aceder à fonte original da ansiedade e elaborá-la. 

 

Como ajudar uma criança que sofre de fobia?

Não menosprezar os seus medos, mesmo que não se encontre uma explicação lógica para os mesmos. As fobias são medos que parecem ser irracionais, mas provocam um sofrimento intenso.

Conversar com a criança sobre as suas ansiedades e ser solidário. Explicar que muitas crianças têm medos, que a iremos apoiar e procurar, em conjunto, uma forma de aprender a superá-los.

- Não expor os medos da criança em público; isso fará com que a criança se retraia.

Ter paciência; muitas vezes leva tempo até que supere a situação.

Não desafiar a criança a ser corajosa, uma vez que pode aumentar a intensidade do seu sofrimento e a vivência de fracasso. Em conjunto, podem ser estabelecidos pequenos passos e progressivamente ir enfrentando a situação.  

 

Se a fobia persistir e interferir no dia a dia e bem-estar da criança é importante a procura de ajuda especializada. No IPNP Saúde encontrará profissionais que poderão ajudar. 

 

Diana Sá Moreira

Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta | IPNP Saúde 



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