Quanto mais me bates...
Estamos no mês do amor, dos/as namorados/as, o mês onde celebramos as relações. Um relacionamento, seja de que natureza for, pressupõe confiança, honestidade, respeito, igualdade e compromisso. Uma relação de foro mais íntimo e amoroso deverá, por certo, assentar no mesmo pressuposto.
Todas as relações são únicas, todas diferentes e por vezes com sinais que são ignorados... como são alguns sinais latentes nas relações mais abusivas e violentas. Nestes relacionamentos existem padrões pouco saudáveis e muito invasivos que têm como objetivo o controlo e poder sobre as vítimas, muitas vezes e por mais evidentes que sejam os sinais, estes são difíceis de reconhecer.
É cada vez mais comum identificarmos sinais de violência nos relacionamentos afetivos dos mais jovens, que trazem um impacto negativo ao seu desenvolvimento, repercutindo na forma como se veem, como se colocam em perspetiva e de como se irão relacionar no futuro.
Em Portugal “58% de jovens que namoram ou já namoraram sofreram pelo menos uma forma de violência por parte de atual ou ex-companheiro/a; e 67% de jovens consideram como natural alguns dos comportamentos de violência” (CIG, 2020).
Amor não é verificar e/ou controlar telemóveis, emails ou redes sociais sem autorização!
Amor não é ciúme!
Amor não é humilhar!
Amor não é isolar dos amigos e da família!
Amor não é controlar as suas finanças, proibir de ganhar ou gastar dinheiro!
Amor não é fazer falsas acusações!
Amor não é bater, empurrar, beliscar e fazer com que se sinta culpado/a!
Amor não é ser possessivo e controlar tudo o que está a fazer!
Amor não é pressionar para terem relações sexuais!
O Amor não é Violento!
Reconhecer os sinais de uma relação abusiva permite prevenir o desenvolvimento de uma sexualidade, intimidade e identidade saudáveis, promovendo a possibilidade de vínculos mais tranquilos, estáveis e satisfatórios no futuro.
Quanto mais me bates…
Se reconhece estes (ou outros) sinais de que está numa relação abusiva, procure ajuda. No IPNP Saúde encontrará profissionais experientes que a/o poderão ajudar.
Diana Sá Moreira
Psicologia Clínica Forense e Psicoterapia
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