Há mesmo um novo fármaco contra a doença de Alzheimer?
No dia 7 de junho a FDA (Food and Drug Administation - EUA) aprovou pela primeira vez um medicamento que atua a nível da patologia da Doença de Alzheimer!
Esta é a primeira vez desde 2003 que uma substância ativa foi aprovada para o tratamento da patofisiologia da doença de Alzheimer. O Aducanumab, comercializado pela Biogen, visa a destruição das placas de proteína beta-amilóide responsáveis pela deterioração cognitiva neste tipo de demência.
No fundo este ceticismo está relacionado com a sensação de que é necessário compreender melhor os efeitos do medicamento, até porque há indicadores que um dos efeitos secundários são micro-hemorragias no tecido cerebral que faz considerar o risco-benefício do recurso a este tratamento.
A comunidade clínica aguarda com expectativa mais dados da investigação que tornem clara a eficácia terapêutica do Aducanumab e garanta confiança dos seus efeitos no tratamento de uma doença que em Portugal se estime que afeta mais de 193 mil pessoas.
Mas importa aqui não deixar de fazer a ressalva, mesmo perante a existência de um tratamento farmacológico eficaz, a intervenção neuropsicológica continua a ser a melhor ferramenta para ativar um cérebro com patologia.
Não basta haver sistemas neuronais funcionais, são necessárias estratégias de estimulação adequadas ao perfil cognitivo de cada indivíduo, a par com o recurso a mecanismos de compensação externos que facilitem a manutenção da autonomia, autocuidado e procura de bem-estar não apenas dos pacientes, mas também dos seus cuidadores.
Na dúvida, é de extrema importância procurar um Especialista.
Susana Oliveira-Lopes
Neuropsicologia Clínica | IPNP Saúde
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