Os contos de fada

"Se queres que os teus filhos sejam inteligentes, lê-lhes contos de fadas. Se queres que sejam mais inteligentes, lê-lhes mais contos de fadas." Albert Einstein 

 

Antonino Ferro explica que os contos de fadas são preciosos para o desenvolvimento mental da criança; eles dirigem a criança para a descoberta da sua identidade e ampliam a sua capacidade de comunicação e compreensão de si mesmas. 

 

As histórias permitem-nos sonhar, criar e, muitas vezes, aprender com as personagens; ligamos as nossas vidas, sonhos e ansiedades áquilo que estamos e ler. 


Os contos de fadas permitem à criança projetar o seu mundo interior, povoado por conteúdos mágicos e/ou apavorantes, e representarem os seus desejos e medos mais terríveis e secretos, as suas expectativas. Longe do aqui e do agora da realidade, projetam nas personagens aquilo que não podem tolerar/colocar nas pessoas que as rodeiam, procurando assim a resolução dos mesmos. Todos os objetos e situações nos contos apresentam alguma função, que, seja qual for, terá uma parte significativa da história e da psique do indivíduo.

 

É também possível nestas aventuras identificar-se com o personagem e perceber, num ambiente seguro, que coisas más acontecem a todos e que afinal há solução para os medos mais terríveis e inefáveis. 

 

Os contos são também transmissores de conhecimento e valores culturais, passados de geração em geração, trazendo informações importantes sobre a resolução de problemas e ferramentas essenciais para o desenvolvimento cognitivo, atuando como catalisadores para um desenvolvimento emocional a partir das problemáticas existenciais, preparando a criança para o futuro. Estimulam a linguagem, a imaginação, a expressão de ideias, a curiosidade e a criatividade das crianças e a relação pais-filhos. 

 

Muitas vezes sentimos que os contos de fadas trazem conteúdos difíceis e assustadores, fazendo muitas vezes o adulto recuar perante expressões mais a descoberto de agressividade e mais sexualizada dos contos de fadas, excluindo estes da vida da criança. Mas a vida às vezes é ambígua, cheia de conflitos e assustadora; retirar estes conteúdos dos contos de fadas ou proteger as crianças deles só fará com que os tornemos ainda mais assustadores e impassíveis de ser elaborados. Tornar-se-ão fantasmas e monstros reais "impossíveis" de combater. 

 

"Contos de fadas não dizem às crianças que os dragões existem. As crianças já sabem que os dragões existem. Contos de fadas dizem às crianças que os dragões podem ser mortos." G.K. Chesterton

 

Diana Sá Moreira


Psicóloga Clínica Psicoterapia | IPNP Saúde

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