Anúncio das Núpcias vs. Separação

Vou começar por sugerir que veja a série Modern Love, uma comédia romântica que aborda diversas formas de amor. Podem emergir sentimentos que só o mundo do cinema consegue despertar. Podemos até nos identificar com algum episódio, mas a nossa história continuará única e irreproduzível.

Agora, fora dos ecrãs, sabemos que há coisas em comum quando falamos de histórias de amor. Há sempre lugar…
… a um passado co-construído, narrado no presente.
… a interesses proclamados e, com o tempo, mais reclamados do que anunciados.
… a papéis mais ou menos esperados, satisfeitos, desejados, temidos.
… a uma união; a união faz a força.
… a algo que acrescenta, enaltece, degrada, desvanece.

A lista é um pouco mais extensa, bem sei. Afinal, o amor moderno emerge de um clássico. Há muito que se anda a decifrar este enigma.

Por isso os contos de fadas conhecem diferentes narrativas. O “felizes para sempre” aparece em histórias onde não se quer participar. Mas para se ser, para se pensar, a pessoa tem de existir.

Numa relação não há matemática, nem filosofia que resista. Há uma co-construção do que se quer ser enquanto pessoa, enquanto casal. Nem sempre há lugar ao comum acordo, mas, no entretanto, bem que dá jeito saber negociar.

Tenho muitas reservas em partilhar más premonições, mas sugiro que leiam este texto de John Gottman, pois aponta sinais que enfraquecem a relação e cada um no casal. Talvez ajude antes ou depois das núpcias.

Partilho também porque me continua a preocupar a dificuldade em contornar reservas de assumir necessidades pessoais. Tantas vezes as pessoas tropeçam em sentimentos de egoísmo e culpa e correm o risco de cair,  e novos tropeços vão acontecer.

Para haver lugar ao amor, à relação, vai sempre ser preciso q.b. de admiração pelo outro e q.b. de admiração por nós mesmos. Há que nutrir o potencial e não o banal.

Habita pessoas, habita em cada um de nós, aquilo a que chamamos de amor. De onde vimos, onde estamos, para onde escolhemos caminhar, há sempre q.b de leveza e q.b. de dor, àquilo a que chamamos de amor.
 
Com afeto,
 



Maria Emanuel Moreira
Terapia de Casal | IPNP Saúde

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