Comportamentos autolesivos em adolescentes… O que fazer?

A adolescência é uma fase de grandes mudanças físicas, psicológicas, cognitivas e sociais. O/a adolescente é chamado a responder às suas necessidades internas e, simultaneamente, a responder ao contexto socioafetivo em que se insere. 

Nesta fase da vida, os/as jovens tendem a procurar sensações novas, a testar limites, a viver intensamente, apresentando habitualmente menor autocontrole comportamental e emocional, o que, por vezes, os torna vulneráveis a comportamentos de risco, nomeadamente a comportamentos autolesivos.

Os estudos científicos dizem-nos que estes são mais frequentes em raparigas, embora sejam claramente um problema de elevada prevalência nos/as adolescentes.

Os comportamentos autolesivos reúnem habitualmente dificuldades nas dimensões intrapessoal e interpessoal. Estes jovens apresentam tendencialmente níveis mais elevados de ansiedade, depressão, agressividade e impulsividade. A literatura tende igualmente a mostrar que estes estão muitas vezes associados a dinâmicas familiares com vários problemas significativos, marcados por conflitualidade relacional, baixa flexibilidade e coesão, e dificuldades na comunicação familiar (Gouveia-Pereira, 2021).

Apesar de muitas vezes se tornar um fenômeno oculto é de extrema importância que pais, professores e profissionais de saúde estejam atentos e sejam preparados para que as situações sejam precocemente identificadas, de modo a que o/a jovem, e a sua família, tenham o devido acompanhamento.

Estes comportamentos são sempre sinónimo de grande sofrimento psicológico por parte do/a jovem, e nunca devem ser ignorados ou desvalorizados. Nestas situações, o corpo torna-se apenas o veículo que comunica este sofrimento.

A família é o palco que se pretende protetor e facilitador do desenvolvimento do/a adolescente, espaço afetivo de crescimento e suporte, onde cada um pode encontrar o seu lugar! Neste sentido, a terapia familiar, aliada a uma psicoterapia individual, poderá ser uma resposta adequada a esta relevante problemática.



Rita Sá
Apoio e Intervenção Familiar | IPNP Saúde



Comentários

Mensagens populares deste blogue

Qual a diferença entre a Integração Sensorial e a Estimulação Sensorial?

Projeto Faces da Depressão

Insegurança(s) nas relações?