"Mãe, não quero que tu morras!"
Com o mundo a viver à sombra de uma pandemia, e com uma Guerra a entrar pelas nossas casas, a cada síntese informativa na televisão, é quase impossível contornar o tema da morte, tão presente nas notícias.
Aos olhos e ouvidos
de uma criança, a situação pode ser assustadora, com o medo da morte a provocar
angústia. A melhor forma para abordar este tema tão difícil é com honestidade e empatia.
A morte, na sua
dimensão total, só é entendida por volta dos 7 ou 8 anos. Contudo, as
primeiras questões podem chegar mais cedo. É normalmente a partir desta idade
que as crianças pensam e, inevitavelmente, sentem pela primeira vez esse grande
tema que é a morte e a finitude, por isso, é natural procurarem as
respostas junto das suas referências: os pais, a família próxima, na escola
e com os amigos.
Alguns sinais podem-nos indicar que a criança está angustiada ou assustada. Estes sinais podem ser por exemplo: alterações do
apetite e dos ritmos de sono. Podem ter mais dificuldade em adormecer,
acordar mais vezes ou ter pesadelos, por exemplo. Por vezes, começam também a
ter medos que até aí não tinham. Por norma, as crianças, não verbalizam, não
dizem “Tenho medo de morrer” ou “Tenho medo que a mãe morra”. Mas, se a criança
nos trouxer o tema, é importante que o abordemos e lhe demos um contexto que
faça sentido para nós – seja religioso, filosófico ou metafísico.
Será importante em
vez de os tentarmos acalmar dizendo que não há motivo para ter medo, percebermos
de onde veio esse medo, tentando que a criança nos explique o que sente,
com a noção de que o irá fazer, obviamente, à sua maneira. Neste sentido,
importa, pois, reforçar que ter medo não é uma coisa má: é normal! Todos temos os nossos medos, sejam
grandes ou pequenos.
Esta segurança de
que podemos ser os seus “contentores” e “guardiões” é fundamental, isto é, permitir que o medo possa ser
contado, partilhado e trabalhado!
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