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Violência nas relações íntimas

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A  violência nas relações de intimidade (VRI)  é toda e qualquer violência praticada por parte de um/a parceiro/a íntimo/a adulto/a numa relação de intimidade, seja esta atual ou passada.    Acontece em  todos os países, culturas e sociedades , podendo ocorrer no contexto de uma  relação hétero ou homossexual, entre cônjuges ou entre parceiros/as  que não vivem juntos. Assim, qualquer pessoa pode, num dado momento da sua vida, "entrar" e estar numa relação abusiva. Não é sinal de fraqueza, nem motivo de vergonha e de silenciamento.  Assim,  a relação , progressiva e lenta ou rapidamente, toma contornos e cenários difíceis, que incluem  a violência física, psicológica e/ou sexual .    As consequências tanto físicas como psicológicas são, na maior parte das vezes, graves e profundas, com desenvolvimento de problemas psicológicos ou mesmo quadros clínicos, como depressão, ansiedade, pânico, stress pós-traumático, disfunção sexual, entre outros.   A  duração e a gravidade determi

Terapia Familiar, uma possibilidade

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  “…Nós somos apenas fragmentos de famílias a flutuar, a tentar viver a vida. Toda a vida e toda a patologia são interpessoais. Centrar-se sobre um processo intrapsíquico numa pessoa em particular é meramente simplificar a vida além da realidade. A partir desta perspetiva escolhi trabalhar com famílias. É aí que se encontra o verdadeiro poder e a energia da vida (…) “ (Whitaker, 1990).  A  terapia familiar  surgiu na segunda metade do século XX, como forma de ajudar indivíduos e famílias com diversos problemas, e passou a ser um valioso e poderoso instrumento enquanto terapia. Centra-se nas  interações atuais que têm lugar entre os elementos da família  e, por vezes, entre estes e outros sistemas sociais. Também considera os fatores multigeracionais e da família alargada (Barker, 2000).   Um/a terapeuta familiar baseia-se no princípio de que alguns problemas são melhor entendidos e superados em contexto relacional.   Há o grupo, há cada elemento . Há uma história, uma origem, regras, r

O/A meu/minha filho/a tem dificuldade em ler e/ou escrever. Será dislexia?

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A   leitura é uma atividade complexa , cuja aquisição implica a integração de um número cada vez mais importante de conhecimentos linguísticos, sociais e culturais. Uma vez dominada, a leitura é   simples, imediata, reduzindo-se a um conjunto de operações automatizadas . Mas para um grupo significativo de crianças, este processo é difícil, para muitas incompreensível e envolto em sentimentos de angústia e frustração. Nestes casos, poderá tratar-se de uma  Perturbação da Aprendizagem Específica da Leitura e da Escrita , mais conhecida por Dislexia e Disortografia, de origem  neurodesenvolvimental  e que envolve alterações na forma como o cérebro codifica, representa e processa a informação linguística. Algumas funções neurocognitivas encontram-se afetadas, como por exemplo,  consciência fonológica, nomeação rápida, memória de trabalho verbal , envolvendo fragilidades a nível da  precisão, fluência/velocidade e compreensão da leitura, ortografia, capacidade de planeamento , etc. Embora s

O lugar da neuropsicologia no tratamento da depressão

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A   neuropsicologia   pode ser definida como uma ciência aplicada que tem como objetivo estudar a repercussão de   disfunções cerebrais   sobre o comportamento e a cognição. Atualmente está a ganhar uma importante posição no estudo das   perturbações psicológicas . Não só fornece informações quanto ao potencial cognitivo global de um/a paciente, mas principalmente procura qualificar a natureza funcional dos défices observados através da análise comparativa e qualitativa dos resultados obtidos, permitindo uma correlação anatomofuncional refinada. Desta forma, a neuropsicologia enriquece o diagnóstico clínico e permite correlações com as informações advindas de outros exames complementares, uma ponte entre estes e o quadro clínico do/a paciente. A   depressão   é uma   perturbação do humor   e estima-se que 30 a 50% dos pacientes deprimidos não se recuperam totalmente. Alguns   défices cognitivos da depressão   persistem após a remissão clínica. Neste âmbito, vários estudos neuropsicológ

Tenho medo de me expor...

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Somos seres pensantes, emocionais e, por isso, relacionais!   Durante a infância e adolescência vivemos experiências únicas, estimulantes e desafiantes, que geram significados que modelam a nossa visão do Eu e do mundo. As   vivências emocionais   são   cruciais   na consolidação deste processo.   As emoções são fundamentalmente  adaptativas  e importantes para o nosso bem-estar e servem de indispensáveis alertas na nossa adequação ao meio e às situações, organizando assim ações responsivas adaptativas. No entanto, nem sempre estes constructos emocionais (significados) e relacionais são adequados, o que pode comprometer o bem-estar temporário ou permanente da pessoa, podendo originar uma  Ansiedade Social  intensa e difícil de gerir.  Pessoas com  Ansiedade Social  tendem a apresentar emoções desadaptativas como o medo e vergonha das situações sociais e de desempenho, isto porque receiam a  avaliação negativa, o julgamento dos outros e o medo da falha .    Nestes momentos é importante

Alterações Sensoriais na Perturbação do Espetro do Autismo

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Os estudos demonstram que cerca de 88% das crianças com  Perturbação do Espetro do Autismo (PEA)  apresentam problemas no processamento da informação sensorial (Schaaf & Mailloux, 2015).   No DSM-5, as   alterações sensoriais   (hiper ou hiporreatividade ao input sensorial) são consideradas critério de diagnóstico, estando incluídas no domínio   Padrões de comportamento, interesses e atividades restritos e repetitivos , tendo sido reconhecidas pelo seu impacto no bem-estar e aprendizagem das crianças com PEA. Anteriormente, estas alterações eram consideradas uma comorbilidade da patologia.   As   alterações sensoriais  que cada criança com PEA apresenta   são variáveis e heterogéneas,  não existindo por isso  um padrão único . A literatura descreve défices ao nível do registo sensorial, da modulação/reatividade sensorial, da integração bilateral motora e praxis. Contudo, ao nível da investigação, as alterações na modulação/reatividade são as mais documentadas.   Embora a dispraxia

Sinto que ninguém gosta de mim....

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Muitas pessoas, mais do que imaginamos, não se sentem suficientemente amadas, inclusive pelos que lhes são mais próximos. Elas próprias, por muito que tentem, não conseguem gostar minimamente de si, ou seja, têm uma baixa autoestima! E o que é isto de baixa autoestima? Esta traduz-se essencialmente em sentimentos de infelicidade e insatisfação consigo próprio/a, em que a pessoa tende a desvalorizar-se, desrespeitar-se, rejeitar-se e/ou desprezar-se constantemente, desejando ser de outra forma. Uma baixa autoestima pode estar associada, por exemplo, a uma depressão, envolvendo sentimentos de grande tristeza, desmotivação, desesperança face ao futuro e, em casos mais graves, até tendências suicidas. Esta pode existir em qualquer faixa etária - crianças, adolescentes, adultos ou idosos. O sofrimento associado tende a ser avassalador, interferindo com todas as áreas da sua vida - pessoal, familiar, social, académica e/ou profissional. Tudo na vida da pessoa é afetado por este sentimento co

Mediadores promotores da inserção profissional, num processo de Orientação Escolar, Vocacional e Profissional

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Muito mais que a aferição das competências e dos interesses/gostos, um processo de Orientação Escolar, Vocacional e Profissional implica uma detalhada investigação de uma série de variáveis, como por exemplo determinadas características de personalidade, que poderão exercer forte influência na promoção da inserção profissional e de uma salutar gestão de carreira. Há, de facto, algumas variáveis que favorecem a procura de emprego e inserção profissional, demonstrando-se relevantes, tais como as habilitações, as habilidades, o esforço, a extroversão, o otimismo, sentido de auto-eficácia e o padrão de crenças motivacionais.   Segundo a APEC ( Association Pour l’Emploi des Cadres ), tendo por base os seus regulares inquéritos e frequentes projetos de investigação no âmbito da inserção profissional, com consequente criação de organismos especializados nesse campo de observação, salienta a importância das habilitações, concretamente ao nível superior, já que, apesar de alguma dificuldade, os

Labirintos e o Desenvolvimento Neuropsicológico Infantil

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Sabia que o/a seu/sua filho/a ao brincar aos labirintos está a desenvolver inúmeras competências e funções cognitivas? Ao brincar aos labirintos a criança está a envolver funções cognitivas como a atenção, concentração, planeamento, organização, flexibilidade cognitiva, memória, velocidade de processamento, raciocínio, tomada de decisão e resolução de problemas, daí tornar-se uma atividade tão importante para o processo de aprendizagem e para o desenvolvimento da criança. Ao deparar-se com um labirinto, a criança terá imediatamente de observar os caminhos com atenção, tentar planear como poderá sair, compreender que poderá ter de alterar o caminho e concentrar-se. Acima de tudo, importa que ela compreenda que o importante é cumprir o objetivo de sair do labirinto com a melhor estratégia, e não de ser o/a mais rápido/a. É a criança que deve, livremente, escolher como o começar e tentar explorar o máximo possível ao longo de todo o trajeto, experienciando sensações e emoções distintas.

Alerta BIRRAS !!! [Guia para PAIS e MÃES num momento de birra]

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O que é a birra? A birra é uma forma de se expressar um determinado sentimento e, para que se consiga compreendê-la deve-se entender a sua relação com esse mesmo sentimento que a despoletou. As birras surgem ao longo do desenvolvimento da criança, independentemente dos géneros, e tem maior incidência entre os 2 e os 3 anos de idade. A esta faixa etária, coincidentemente, associa-se o desenvolvimento da autonomia na criança e a vontade de tentar dominar o meio que a rodeia. Devido às especificidades desta fase de desenvolvimento, por vezes surge a frustração e outras emoções associadas o que faz com que tenha de reagir face às mesmas. Contudo, uma vez que a criança nesta fase ainda não integra nem tem desenvolvidos mecanismos e estratégias de regulação emocional adequadas, competências de resolução de problemas e até competências de linguagem, esta, inevitavelmente recorre à birra para expressar aquilo que sente. Além disso, poderá também utilizar a birra como um recurso para chamar a a

A Pandemia e as Dependências

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A pandemia e as alterações que a acompanham, e que ainda se farão sentir, têm tido reflexo na saúde mental das populações, como o comprovam várias notícias recentemente publicadas em meios de comunicação social e na literatura científica.   Enquanto o foco tem sido sobretudo colocado sobre as perturbações depressivas e da ansiedade, recentemente foi noticiado o aumento de pedidos de ajuda para lidar com outro grande grupo de patologias, cuja incidência é expectável que aumente nos tempos que se avizinham: as Dependências. Para além das mais reconhecidas dependências de substâncias, a dependência de jogos de sorte e azar tem também assistido a um aumento durante o último ano, facilitado pelo acesso generalizado a plataformas de jogo online, que substituem em casa os casinos ou outros locais tradicionalmente associados a jogo. São atualmente conhecidos vários fatores que aumentam o risco de desenvolver comportamentos aditivos ou dependências. Alguns destes fatores, como por exemplo os ge

Projeto Faces da Depressão

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A depressão tem sido das doenças mais abordadas e comentadas nos últimos tempos , constituindo-se uma das problemáticas mais graves da atualidade a nível da saúde mental, afetando, muitas vezes, de forma devastadora, o funcionamento e bem-estar físico, psíquico, familiar, académico/profissional e/ou social. Apesar de alguma evolução ao longo dos tempos e da vasta informação existente, ainda existe muito desconhecimento, preconceito, resistência e/ou inconsciência em relação ao que esta representa , o que compromete o seu devido acompanhamento.   Neste contexto, nasce o projeto  Faces da Depressão , com o objetivo primordial de promover reflexão, discussão e partilha de conhecimentos e experiências, para uma maior sensibilização e consciencialização para esta problemática, seja no âmbito da sua prevenção, do seu diagnóstico e/ou da sua intervenção!   De uma forma mais específica, este projeto visa informar, sensibilizar e consciencializar para: - A importância de uma adequada prevenção