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Brincar no exterior

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  O Verão já chegou e com ele voltaram os dias mais longos e o bom tempo, convidativo para uma infinidade de divertidas brincadeiras no exterior.    Como refere Sandra Henriques, "as  crianças  passam cada vez  mais tempo na escola e menos a brincar na rua , como antigamente".    Considerando a situação pandémica atual, “observamos um  agravamento do sedentarismo infantil e da iliteracia motora , aumentando nalguns casos de forma muito preocupante o excesso de  peso  e a  obesidade , assim como  energias vitais desorganizadas , descontroladas. Para além disso uma  regressão  em muitas  competências motoras  das crianças”, que o leva a falar num quadro de “ analfabetismo torpe gente ”, ou seja, “as crianças passaram a ter  dificuldade em fazer coisas simples como correr, saltar, suspender o corpo, equilibrar-se ” (Neto, 2021).    Desta forma, torna-se essencial modificar esta realidade para o  crescimento  e  desenvolvimento saudável  das crianças.    O espaço exterior proporc

Ler para crer!

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Hoje celebra-se o  Dia Mundial das Bibliotecas  e este dia leva-nos à “importância da leitura na formação e educação das pessoas”.  Ler é uma forma de recebermos e darmos ao mundo, é viver, aprender, enriquecer, sentir e conectar.   Nem todos possuímos o mesmo gosto pela leitura e sabe-se que é durante a  infância  que devemos  incentivar a motivação pelos livros , pois, dentro de muitas oportunidades proporcionadas, eles trazem-nos o  acesso a nova informação  (linguística e cultural), permitem desenvolver a  criatividade, promover a alfabetização  e a  literacia , auxiliam a  compreender e atuar na sociedade , entre outras aprendizagens.  E quando o/a seu/sua filho/a não  gosta de ler ?    Deixo-lhe algumas sugestões para o/a desafiar a entrar neste mundo onde há  sons, palavras, imagens, cheiros, histórias, memórias e emoções :  - Comece por tentar perceber que  temas e/ou estilos  o seu/sua filho/filha gosta mais. Pode passar numa livraria e procurar por livros que o/a chame à aten

Os contos de fada

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"Se queres que os teus filhos sejam inteligentes, lê-lhes contos de fadas.  Se queres que sejam mais inteligentes, lê-lhes mais contos de fadas."  Albert Einstein     Antonino Ferro explica que os contos de fadas são  preciosos  para o  desenvolvimento mental da criança ; eles dirigem a criança para a descoberta da sua  identidade  e ampliam a sua  capacidade de comunicação  e  compreensão de si  mesmas.    As histórias permitem-nos  sonhar , criar e, muitas vezes, aprender com as personagens; ligamos as nossas  vidas, sonhos e ansiedades  áquilo que estamos e ler.  Os  contos de fadas  permitem à criança  projetar o seu mundo interior , povoado por conteúdos mágicos e/ou apavorantes, e  representarem  os seus desejos e  medos  mais terríveis e secretos, as suas  expectativas.  Longe do aqui e do agora da realidade, projetam nas personagens aquilo que não podem tolerar/colocar nas pessoas que as rodeiam, procurando assim a resolução dos mesmos. Todos os  objetos e situações  

Terapia de Casal

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Hoje dei por mim a procurar a etimologia da palavra. Talvez por sentir que os temas podem ser tantos, mas há algo que vos pode interessar em comum. Casal … Do latim lardio casālis ("doméstico", "pertencente à casa”). Muitos casais   partilham (uma) casa . Se pensarmos em casa vamos imaginar várias coisas mediante as experiências e vivências de cada um… Arrisco dizer que pelo menos uma dessas imagens remete para a ideia de   abrigo ou relação …     Não sei se é a casa que une o casal se é o  casal a própria casa , acredito cada vez mais na segunda. Contudo sei que todos os casais procuram a cada instante sentir que  não estão sozinhos, estão seguros, protegidos, em relação com …  E sim, os abrigos vão precisar de ser reparados. Sim, as relações dão lugar ao  sofrimento ,  medo ,  desamparo .  A Terapia de Casal é diferente em cada situação, mas alguns propósitos são semelhantes. De outra forma a Teoria, o Conhecimento, a Música não encontrava expressões tão comuns…    “Sa

Pânico, Fobias e Ansiedade

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Um conjunto de perturbações psiquiátricas definem-se pela presença de  sintomas de ansiedade  em  diferentes contextos  ou de  forma pervasiva ; São as chamadas “ Perturbações da Ansiedade ”, cujo reconhecimento é crescente.    As perturbações da ansiedade,  onde se incluem a perturbação de pânico, as fobias e a ansiedade generalizada  podem ser  extremamente limitantes  e  coexistem  frequentemente. Isto significa que é comum alguém que se descreve como sendo “ansioso” e  experimenta níveis de ansiedade elevados  em situações variadas poder apresentar  crises de pânico  ou  exacerbações de sintomas ansiosos  em determinadas situações específicas (como, por exemplo, voar num avião) ou em contacto com determinados estímulos.  Este tipo de quadros, sobretudo a  perturbação de pânico e as fobias , podem associar-se ao  evitamento   persistente  de um número crescente de situações, com cada vez maior  impacto na autonomia  do indivíduo. São múltiplos os fatores de risco e de manutenção nes

Há mesmo um novo fármaco contra a doença de Alzheimer?

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No dia 7 de junho a FDA (Food and Drug Administation - EUA) aprovou pela primeira vez um  medicamento  que atua a nível da patologia da  Doença de Alzheimer !    Esta é a primeira vez desde 2003 que uma substância ativa foi aprovada para o  tratamento  da patofisiologia da doença de Alzheimer. O  Aducanumab , comercializado pela Biogen, visa a  destruição das placas de proteína beta-amilóide responsáveis pela deterioração cognitiva  neste tipo de demência.    No entanto, um momento que se  esperava que fosse transformador  na forma como o tratamento farmacológico pode impactar a progressão da demência foi pautado pelo ceticismo da comunidade científica. A Biogen defende que que a destruição das placas da proteína beta-amilóide atrasa as perdas cognitivas, mas há vários neurocientistas e clínicos para quem esta relação entre a intervenção na patofisiologia e o défice cognitivo constitui um grande salto que  não é apoiado pelos dados da investigação  com este medicamento.    No fundo est

O papel dos pais na escolha vocacional dos filhos

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O  processo de orientação vocacional  deverá ser  amplo  e  dinâmico , não devendo ser circunscrever-se à intervenção individual com os jovens, mas sim ser  alargado aos seus contextos de vida , como a família. Pais e cuidadores mais informados poderão proporcionar um contexto mais securizante para a esta tomada de decisão.  Neste sentido devem ser trabalhados também os  pais  para que, mais  elucidados  e  esclarecidos,  possam ser um  elemento-chave  no apoio à  tomada de decisão : não a condicionando, mas pelo contrário proporcionando a  estabilidade  necessária e proporcionando  experiências  que possam ser  diferenciadoras  e  ajudar na tomada de decisão .    Assim, deve ser proporcionado aos pais um espaço que promova a  reflexão  acerca da importância do  processo de escolha vocacional  e a reflexão acerca da sua  importância no processo de escolha vocacional dos seus filhos.  Não poderemos esquecer também que os pais devem também ter  conhecimento  sobre as  opções do sistema e

Mutismo seletivo: O mundo de palavras que se encontram caladas…

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O mutismo seletivo é uma perturbação de ansiedade, caracterizada pela  incapacidade persistente em falar perante situações sociais específicas  e em que se espera que se fale (e.g. na escola), apesar de o conseguir fazer noutras situações e/ou contextos (e.g. em casa).    Crianças com mutismo seletivo são geralmente  tímidas ,  introvertidas  e/ou  ansiosas . Associadas a estas características encontram-se também o  medo de embaraço  em situações sociais, o  isolamento social , o  negativismo ,  comportamentos de proteção  (e.g. como ficarem “coladas” às pessoas) ou de  oposição , ainda que ligeiros, entre outros.   Quando em encontros sociais,  não iniciam o discurso ou respondem  quando os outros lhes falam. Esta falta de discurso acontece essencialmente nas  interações entre   crianças e adultos , como pode ser exemplo a interação entre aluno e professor/a.    As crianças que apresentam este quadro são geralmente  capazes de falar e compreender a linguagem , mas não conseguem comuni

Inovar na intimidade

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De acordo com um artigo recente da BBC News, numa   fase inicial , a pandemia permitiu aos casais uma dinâmica   que  muitas  vezes  só  é  conseguida  no  tempo  de  férias,  com    mais  tempo  e  momentos dedicados à relação e à intimidade .   No entanto, e à medida que a pandemia avançava, com todo o  stresse e preocupações  inerentes, o “ efeito da superexposição ” acabou por afetar os relacionamentos íntimos, verificando-se um  declínio na atividade sexual dos casais .    Atualmente, a pandemia parece estar mais sob controlo, pelo que para muitos casais há a esperança de voltarem a ser como eram antes. Há, no entanto, que “sacudir as coisas” e  inovar na intimidade ,  reacendendo dessa forma o desejo . Sair da zona de conforto, do medo da entrega, do que o outro vai pensar e mostrar-se .  Pequenos  gestos, expressões, como dar a mão num momento inesperado, sorrir quando os olhares se cruzam, enviar  uma mensagem sem motivo aparente  (mesmo que estejam dentro do mesmo espaço), dei

Como manter-se ligado aos outros sem perder a sua individualidade?

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Ao longo do seu ciclo vital, a família assume duas tarefas essenciais e complementares:  promover o sentido de pertença  e, simultaneamente, a  diferenciação dos seus elementos  (Bowen, 1978). Neste fascinante processo é muito relevante que cada indivíduo consiga encontrar um  equilíbrio  entre a  ligação emocional  que mantém aos outros e a  aquisição da sua individualidade .    Já alguma vez refletiu sobre a qualidade da relação que mantém com a sua família de origem? Será uma ligação saudável? Ou demasiado fusional ou excessivamente distante?  A investigação mostra-nos que as pessoas  menos diferenciadas  são  habitualmente mais dependentes emocionalmente dos outros , sentindo uma maior necessidade de  união  e sendo, muitas vezes, inundadas pelas próprias emoções, tendo dificuldade em distinguir a  dimensão emocional da intelectual . Mostram-se  menos flexíveis ,  mais vulneráveis  ao stress e têm mais  dificuldade em ser autónomas  e em manter um sentido do eu mais claro e sólido.

A importância da terapia individual e de grupo nas Perturbações da Comunicação e Interação

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A  comunicação , algo aparentemente simples, envolve um  conjunto de competências  que nos permite  conectar ao outro  de forma a  estabelecer momentos de troca de informação  (verbal e não verbal) para  satisfazer as nossas necessidades ,  partilhar  experiências,  aprender  com a perspetiva do/s outro/s,  envolvermo-nos afetivamente ,  evitar o isolamento , entre outras.   A  compreensão , o uso e a  resposta adequada  à comunicação e ao ato interativo podem ser  desafios  genuinamente difíceis para crianças, jovens e adultos com  perturbações da comunicação e interação , como nas  Perturbações do Espetro do Autismo (PEA) .    Tornam-se fundamentais estratégias de ação e movimentos que visem a oportunidade e uma integração efetiva na sociedade.    A  terapia individual e de grupo  irá permitir um conjunto de  experiências  e opções que vão de encontro às  necessidades específicas  de cada um/a, com respeito pelas suas singularidades, no sentido da  cooperação e relação recíproca .   

Síndrome do Ninho Vazio

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O   ninho vazio   é uma fase de transição vivida pelos pais, habitualmente entre os 45 e os 65 anos de idade, quando os seus filhos saem de casa.   A   síndrome do ninho vazio   é a condição psicológica dessa etapa, frequentemente associada a sentimentos de tristeza, perda, medo ou dificuldade em redefinir papéis com efeitos negativos, tais como depressão, alcoolismo, crise de identidade, e conflito conjugal. Contudo, para muitos é um   momento muito positivo, uma oportunidade de reconexão e um tempo para reacender e resgatar os interesses pessoais.    Este conceito deriva da teoria do papel ( role theory ), considerando que havia inevitavelmente uma perda do papel parental com impacto negativo na identidade, no sentido do Eu e no bem estar do/a pai/mãe.  Sabe-se hoje que o papel parental pode mudar ou adaptar-se à nova situação, mas de forma alguma é perdido.   Para amortecer esta transformação do papel e da relação, é também muito importante a  existência de outros papéis sociais sig

Automutilação: Como podemos ajudar?

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Como podemos ajudar crianças e adolescentes que se auto mutilam?    A  automutilação  consiste na  realização intencional de comportamentos de agressão ao próprio corpo, sem intenção de provocar a morte . Existem muitos tipos de comportamentos de automutilação: cortar-se, beliscar-se, esmurrar objetos, queimar-se, arrancar o cabelo, tentar partir ossos do próprio corpo.    A automutilação afeta menos de 10% dos adolescentes e é  mais frequente nas raparigas , embora também se verifique com os rapazes. A automutilação surge quando  lidar com a dor física parece mais fácil do que lidar com a dor e o sofrimento emocional . Normalmente acontece em segredo, sem ninguém saber ou, sequer, se aperceber.  Pode-se entender a automutilação como uma  forma (não saudável)   de lidar com as emoções quando elas parecem insuportáveis . Para alguns adolescentes que não conseguem exprimir os seus sentimentos de outra forma, a automutilação é vista como uma forma de “ pelo menos sentir alguma coisa ”, de